Segunda-feira, 8 de Maio de 2006

Eterna beleza efemera

Deixem que diga que não concordo nada com a ideia de que a beleza interior é que interessa, o exterior é irrelevante e o que conta é a personalidade… só…

Hoje em dia há, eu diria, dois movimentos, por um lado, a beleza dita exterior, faz-se tudo o que for preciso pra se ficar esteticamente perfeito… ou não, incluindo silicone, botox e operações mais ou menos duvidosas, não importa, desde que fiquemos parecidas com a barbie .

Em paralelo há os que defendem que a beleza interior é que importa que pudemos pesar 300 quilos, mesmo assim a nossa beleza está e revela-se de dentro para fora…

Já eu, única e simplesmente não consigo desassociar uma beleza de outra, se é que são desassociáveis, quanto a mim é claro, estão intimamente interligadas, ou seja é óbvio que o nosso interior (e não falo das vísceras), é importante, realmente importante, mas o nosso exterior não será um pouco do reflexo interior?

O meu conceito de beleza é ligeiramente controverso, ou não tenha sido eu, o ‘patinho feio’ durante uns bons anos, mas adiante.

Por outras palavras que isto de interiores soa-me decoração, o nosso físico não estará relacionando com a mente, a alma?

Não há uma beleza imensa em mãos cheias de vida e com vida para contar, beleza em pele marcada pelo tempo, beleza em cabelos brancos contemplados pela chuva e sol, beleza na calma das gentes que a adquiriram com a experiência e maturidade?

Confesso que tenho uma inveja brutal das mulheres de 'entas ’, como lhe chamo e que exibem orgulhosamente as suas rugas, lindas, vivas, carregadas de experiência de vida e sabedoria sendo gordas, magras, altas ou baixas e espero que com péssimo feitio, que é o que se diz de quem tem personalidade vincada!

As pessoas gordas são inevitavelmente feias ou más pessoas, ou menos capazes, ou diferentes?

Suspeito sempre um bocadinho das grandes simpatias e de pessoas cheias de boa vontade, principalmente de quem passa a vida a dizer que o físico não interessa nada o que conta é o psicológico, tretas!

Essas são as frustradas que querem a todo custo fazer crer que apesar de se estar uma lástima por fora, há-de haver algo de bom lá dentro, duvido!

Eu sou ‘um amor ’ de pessoa mas se me pisarem os calos, bem podem esperar pelo meu bom feitio e há em mim sentimentos que considero bons, justos, verdadeiros, genuínos, o que não significa que me deixe levar só porque não sou a Angelina Jolie !

                                

E há ainda a questão do ser-se linda ou não, acho que isso é daquelas coisas que ou nascem com a pessoa ou não, pronto nasceu-se perfeitinho, a mão natureza foi amiga, até porque a beleza não é universal, o que é esplendoroso para alguns não o será necessariamente para outros… felizmente…

Agora feio só é quem quer, hoje em dia há uma vasta escolha de opções que nos permitem minorar as nossas supostas imperfeições.

Mais o ser-se belo, parte da nossa atitude, auto-estima, confiança, escolha, vaidade.

Portanto que me perdoem os mais restritos nisto, mas a beleza exterior ou a verdadeira beleza se quiserem a mim interessa-me e muito, porque indiscutivelmente também se relaciona com a maneira de ser da pessoa, se a pessoa está bem por fora, vive bem por dentro, está de bem com ele e com os outros.

É óbvio que todos somos boas pessoas e temos sentimentos mais ou menos nobres, mas pra quem nos merece, uma pessoa antipática provavelmente é uma querida para os filhos e uma pessoa sendo uma brasa escultural pode ainda assim ser muito inteligente e nobre de sentimentos, assim como uma gorda e feia pode ser amarga devido às suas limitações.

Deixem-me ser feliz com as minhas estrias e o mau feitio!

Neste contexto parece-me que se vivermos bem com o que somos, seja física, seja psicologicamente, se trabalharmos na nossa auto-estima, se formos honestos principalmente connosco, a nossa beleza poderá ser eterna e mesmo a física não tem de ser efémera, porque se pode ser belo em todos a idades o espírito é sempre o fio condutor...

 

 

Escrito por Marisa às 09:49
Piacere | Grazie
De Eterno Efémero a 8 de Maio de 2006 às 12:37
Li...
Um comentário, me suscitou, breve note-se.

Marisa esta predisposição para gostarmos de gente bonita, dá-nos a perfeita dimensão da efemeridade da beleza exterior.

As tais rugas que me custaram a ganhar, permitem-me, hoje, saber que prefiro caminhar de mão dada, pela rua fora, com alguém que me reclame, verdadeiramente, num chamamento que venha lá bem de dentro, e esse chamamento só se consumará, por via da beleza interior.

Já me fartam as barbies de beira de balcão.

Passo distraído pelas prateleiras da livraria da esquina e entre as fotos de passerelle que de um lado nos mostram o glamour de passadeira, e aquele artigo que mostrava uma mulher de "beleza duvidosa", mas que se tinha desprovido de uma vida confortável , para ir para áfrica tratar dos outros, optei, sem ser necessário racionalizar o que quer que fosse, pela segunda revista.

Se sou um gajo "giro", "feio como as portas" ou "assim, assim" eu lá saberei como sou, tenho uma boa noção de mim. Mas nem creio que seja isso a comentar.

Por tudo... resta dizer que as pessoas desde que sejam como são, sem que tenham que dar retoques "no feitio", "na consciência" e "nos principios", para cumprirem o suposto desafio de agradar aos outros, por mim...eis-me!

Um abraço.....
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