É engraçada a vida!
Há uns anos atrás tremia só de pensar que alguém podia descobrir, este meu segredo, julguei sempre que morreria comigo.
Agora deixo-o aqui em forma de confissão, porque a alma mo pede, porque na realidade foi tão bom que só me resta partilhar...
O Miguel era o gay da turma, ahahahahahahaahahahahahaha …
Bom, para além disso era com ele que eu passava as minhas tardes de supostos trabalhos de grupo, como se fossem precisos mais que dois para o nosso ‘grupo ‘, ele por ser o suposto gay, era como se tivesse uma doença contagiosa e portanto ninguém chegava perto.
Já eu tinha umas três ou quatro cabras, a quem na altura chamava ingenuamente de amigas, grandes vacas!
Indiscutivelmente o Miguel era um rapaz diferente, tinha talvez uma sensibilidade mais apurada, desenhava (e desenha) maravilhosamente bem, era bom aluno, tinha os seus objectivos bem definidos e estes não passavam por privar com ninguém.
Entre nós havia um conhecimento que vinha do preparatório, mas longe de passar disso, ambos estávamos em Artes e na mesma turma, ponto final.
Numa tarde, estava eu sentada ao lado dele na sala de aula, no meio de uma secante aula de filosofia, começou a descer muito lenta e vagarosamente a mão e pousou-a na minha perna…
Toda eu estremeci… ‘o gajo enganou-se na perna, só pode! ‘
Mas não, passados alguns segundos começou a desenhar imaginariamente com o dedo na minha perna, a massajar levemente… e continuávamos os dois a olhar atentamente para a professora como se o que ela dizia fosse importante comparativamente com o que se estava a passar.
Devo dizer que fiquei imediatamente húmida, sentir o dedo dele que brincava livremente na minha perna, bem acima do joelho, pensar que estávamos em plena aula e que ainda por cima o ‘designer ‘ era só o maricas da turma, estava a sonhar!
E continuou, subiu vagarosamente a mão, o dedo, até chegar à minha virilha, não me perguntem se estava mais alguém na sala, para mim estávamos completamente a sós.
Quase instintivamente consertei-me na cadeira e permiti que ele continuasse o que ambos desejávamos, contornou a minha virilha delicadamente e recuou o dedo… voltou a insistir desta vez por dentro das cuecas, que delírio, eu julgo que trincava deliberadamente o lábio inferior, tinha as minhas mãos tão cerradas sobre elas que as unhas fizeram marcas, ele olhava de forma compenetrada para a professora… eu estava encharcada por completo…e ele brincava descaradamente com o meu clítoris…
mas subitamente tocou para a saída, foda-se !
Saímos da sala de aula, como se nada tivesse acontecido, quer dizer eu julgo que rastejei, porque as pernas pareciam-me varas verdes, na aula seguinte pude ler no seu caderno, ‘Quando terminarem as aulas, esperar-te-ei na sala de vídeo. Pensei: ‘Vou ter com ele ou não? ‘, ‘Então mas o gajo não jogava na outra equipa? ‘
Entrei na sala… ele estava lá, olhou pra mim e sorriu:
-Cheguei a pensar que não viesses…
-Eu também.
-Se soubesses à quanto tempo anseio por fazer o que aconteceu hoje… mas…
Eu disparei:
-É que todos pensam que tu…
-Sim gosto de gajos, faz diferença para ti?
-Nenhuma.
-Então senta-te aqui junto a mim, depois falamos sobre os comportamentos homossexuais…
Tenho que dizer que tardes como aquela repetiram-se algumas vezes, depois das aulas, descobríamos uma sala vazia ou a sala de vídeo, ele tinha umas mãos maravilhosas, tão maravilhosas, macias e fazia um sorriso de pecado delicioso e sugava e beijava os meus seios de forma intensa e igualmente delicada... nunca nos beijámos.
Ninguém soube o que aconteceu entre nós, tanto quanto sabemos, ele continuou o gay da turma até ao final do liceu, eu a encalhada, ahahahahahahahahahaha
Depois disto nunca nos tornámos a ver, ainda recebi alguns postais dele, que enviava quando ia de férias, mas nunca escrevia nada, desenhava e bem no verso do postal e colocava estrategicamente uma mão.
Soube recentemente que é um bem sucedido designer.
Nunca ninguém me deu tanto prazer…