Quinta-feira, 5 de Abril de 2007

Ser…

Quando era pequena e por alguma razão tinha que formular um desejo, pedir um desejo, querer algo, o que eu sempre desejava secretamente era ser feliz. E com aquele pequena frase, julgava eu, resumia tudo o que eu queria para a minha vida… ser feliz… ser feliz deve ser tudo de bom e não deve haver nada melhor…

Agora, à distância que a vida me trouxe, acho que é demasiado abstracto, vago, vazio e inútil, já não quero ser feliz, só feliz, eu nem sei o que é ser feliz!

O que é que se convencionou por felicidade?

Onde é preciso chegar para se alcançar a felicidade?

E pior que isso, qual o valor a pagar pela suposta felicidade…

Agora quando tenho que formular assim algo de rápido, quando penso em algo bom para mim, que não sapatos ou lingerie, ahahaha, o que penso é em qualidade de vida, se calhar a minha felicidade chama-se qualidade de vida!

Não quero a felicidade de ter uma carreira promissora, com um excelente vencimento, em que por força disso, não tenho tempo para mim, para as minhas coisas, para a minha alma.

Não quero viajar por tudo o mundo, a vida toda e por isso, deixar de apreciar quem tanto me quer e não estará cá para sempre, para eu ver, sentir, desfrutar.

Não quero a felicidade de ser mãe se não o sei ser conscientemente, com tempo, amor, carinho, dedicação, paz de espírito, sorrisos.

Não quero ter tudo o que se pode ter se depois não posso ser, que é a melhor maneira de se estar na vida… sendo…

Há momentos na vida muitos bons, designados estados de felicidade e têm-se como momentos efémeros, escassos, em que a vida quase pára e nesse raro intervalo somos verdadeiramente nós, quando gozamos da companhia de um amigo, quando o tempo deixa de ser…

 

             

Quando estamos a amar, ali de corpo e alma, tudo é nós e o outro, carne, desejo, suor… vida… esse rasgo de vida é fantástico, mas eu nunca me lembro que estou a ser feliz, ou que desejo ser feliz, só sei que o mereço e que quem está comigo me merece, naquele tempo pouco importa o que tenho, o que construí, onde cheguei, os valores, só o ser ali, isso não é mais do que qualidade de vida, todos nós devemos ser capazes de perceber o que nos faz bem, o que queremos, as nossas capacidades, o nosso real valor, o que é de facto benéfico para nós e como tal não devemos vender-nos, dar-nos, entregar-nos, querer menos…

Saber o que somos e valemos é essencial para conseguir ao longo da nossa vida, manter qualidade de vida e não apenas o desejo muitas vezes infrutífero de ser feliz, um desejo vão, que nunca sabemos realmente o que quer dizer…

 

Para ti…

Escrito por Marisa às 15:47
Piacere | Vero? | Pensamentos (16) | Grazie
Terça-feira, 3 de Abril de 2007

Chegar... lá!

Adoro quando acordo e percebo que está a olhar para mim contemplando, ou talvez para o nada, para o horizonte, ou se calhar para a memória do que fomos ali há pouco tempo atrás.

O meu primeiro sorriso do dia, partilhá-lo com alguém… espreguiçar-me, bocejar, ajeitar os cabelos e aquele olhar mantém-se intacto, quase hipnótico, um leve sorriso, desperta em mim um desejo apenas adormecido… recomeçar… devagar…

Queria perpetuar aquele momento belo, entre o que já foi e que o que há-de ser, aquele intervalo maravilhoso entre o paraíso e a doce realidade…

Houve uma altura da minha vida, em que o que desejava mais que tudo, naqueles momentos intensos e sempre únicos, era obter um maravilhoso e poderoso orgasmo, era quase como se todo o momento, toda a sedução, todos os toques, todos os gemidos, tivessem um só propósito… chegar lá.

Tudo o que queria mesmo, eram aqueles momentos fugazes de puro êxtase, de completa loucura, de respiração entrecortada, de calafrios ou suores frios, não importava mais nada, não importava como, queria chegar ao clímax e muito...

O que era de facto bastante prazeroso, o que me fazia e faz de facto, um sorriso bestial e um bem estupendo à pele, ahahaha, eu sei… mas acho que já não quero tanto chegar lá… não assim.

 

                

             

Quer dizer, continua a ser incomparavelmente belo, inigualável, maravilhoso, poderoso, o acto de sentir um orgasmo, a completa liberdade do momento, por vezes tão intenso que não consigo sequer mover-me, reagir, só tremer, completamente possuída, realmente bom, mas agora o que aprecio mais é todo o caminho para chegar lá e se no fim não obtiver um selvático orgasmo, mas se todo aquele percurso foi prazeroso e bem aproveitado, então valeu a pena.

Acho que percebi que a piada de subir uma montanha, não é só chegar ao topo, mas contemplar tudo o que temos até lá chegar, aproveitar cada pedaço de natureza, ou de corpo, ou de alma, fazê-lo ao nosso ritmo, da forma que mais prazer nos dá, percebendo as diversas etapas, senti-las, querê-las…

E no fim, quando lá chegamos e porque conseguimos lá chegar, então aí sabe muito melhor olhar cá para baixo, para o infinito como é afinal o prazer e sentir que aproveitámos cada centímetro daquele percurso, do momento, saber que tudo fizemos para lá estar … no topo, que é afinal onde merecemos estar…

Subir a uma montanha deve ser mais difícil que alcançar um orgasmo, quer dizer havendo a questão do seu tamanho, mas tem como principio valorizar e preparar antecipadamente todos os passos, de modo a ser perfeito… e uma vez lá em cima, é só olhar em redor e contemplar o horizonte…

 

Escrito por Marisa às 17:26
Piacere | Vero? | Pensamentos (16) | Grazie

veropiacere@sapo.pt

Agosto 2010

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31

Hummmm...

Sei lá...

Ciao

(...)

Ingenuidade

Viver...

Pretensão

Quando...

Kininha

Renascer…

Hoje não…

Recordar...

Agosto 2010

Julho 2007

Junho 2007

Maio 2007

Abril 2007

Março 2007

Fevereiro 2007

Janeiro 2007

Dezembro 2006

Novembro 2006

Outubro 2006

Setembro 2006

Agosto 2006

Julho 2006

Junho 2006

Maio 2006

Abril 2006

Março 2006

Piaceres...