Será só a mim que apetecem as noites escaldantes de luar?
Aquelas noites em que mesmo em cima do capot de um carro em frente ao mar, estamos tão iluminados que se notam os mais ínfimos pormenores do nosso corpo, as gotas de suor que teimam em descer por entre os seios ainda ofegantes, a pele arrepiada, mas deliciosamente provada, hummm apetece…
Aquelas noites em que basta tirar as havaianas e correr para dentro de água, aquelas noites em que não queremos que o dia nasça, a claridade é suficiente para aguçar em nós o desejo que a lua faz questão de presenciar.
Aquelas noites de um calor extenuante em que só um banho gelado nos acalma, um duche ensaboado pelas mãos do desejo… hummm apetece…
Os tops fininhos e insinuantes, as calças de linho, as sandálias frescas, as risadas na esplanada, o pôr-do-sol nunca igual, as conversas até ser de dia outra vez…
A liberdade que as noites quentes nos trazem, o desejo que o calor nos provoca, o tesão que é vestir aquele vestido curto que nos fica a matar, só assim, mesmo por cima da pele… sem nada a esconder… com tudo a desejar…
Sentir a areia por entre os dedos, o tesão a brotar da alma, as pernas a tremer, as mãos a apertarem, a boca a secar, o vinho a correr, o peito a arfar, o corpo a pedir, o pensamento a fugir, o mundo a ruir, sentir… hummm apetece…
Eu adoraria dizer que não preciso de homens… mas é falso, completamente falso!
Bom para todos os efeitos e porque nós mulheres só conseguimos manter o nosso estatuto de importantes e interessantes, enquanto seres independentes e completamente livres, só nesse caso, sim não preciso de homens para nada, desenrasco-me bem obrigada, e o gás já vem em botijas pequeninas e muito bem entregues…
Mas a bem da verdade… eles têm uns dedos fantásticos, eles conseguem fazer aquele olharzinho de cachorrinho, absolutamente delicioso, eles conseguem convencer-nos de que somos fantásticas principalmente quando o objectivo é passar um bom bocado connosco…
E diga-se a bem da verdade, ainda que nós o saibamos é sempre tão engraçado fazermo-nos de inocentes e deixá-los espernear só para alcançarem os seus objectivos, que muitas vezes são também os nossos.
Ok não preciso de um homem na verdadeira acepção da palavra, há maravilhosos orgasmos inteiramente no feminino, há imagens femininas que valem por mil corpos musculados de deuses, ora mas aquele odor próprio deles, aquela rudeza, o ar másculo e forte, a maneira convicta com que decidem conquistar-nos, a forma como nos conseguem surpreender, a maneira por vezes desesperada com que tentam tentar-nos, o ar desajeitado, a timidez que sempre deixam vir ao de cima, o ar desprotegido, eu gosto disso e sim… isso faz-me falta.
Os convites para jantar, os telefonemas só porque sim, os elogios por vezes despropositados, as flores que nunca mais darão na vida, mas naquele momento fazem-nos crer que as adoram, as artimanhas que encontram para conseguir o nosso numero de telefone… ahahahahahahah eu adoro o que os homens fazem e nos fazem só para nos ter ainda que por breves momentos.
Por isso meus queridos, continuem a esforçar-se, continuem a inovar, desistam de nos tentar perceber, mas esforcem-se por nos ter, porque se conseguirem valerá de certeza o esforço…
A quem tem cedido algum do seu tempo, vindo visitar-me apesar de não ter encontrado este blog actualizado, as minhas sinceras desculpas, ficar sem net e sem tempo é uma grande chatice, para quem gosta de deixar aqui os seus devaneios... mas voltei!
Obrigada!
Há dias em que sabe bem ir pra cama sem sono ou sem aquele cansaço excessivo que nos obriga a adormecer sem ter tempo de pensar sequer que vamos dormir…
Alguns dos momentos mais maravilhosos que tenho, são aqueles em que de olhos fechados, mas bem consciente do que sou, recordo pequenos momentos do dia, ou reflicto sobre uma qualquer imagem que me ficou retida, uma palavra, uma expressão… muitas vezes um sorriso. E não poucas vezes dou por mim, dentro dos meus lençóis e em dias como estes de frio, bem apertadinha contra mim e sorrio porque afinal no meio de tanta coisa que se passou houve algo por vezes minúsculo, de positivo, de agradável.
Ás vezes é uma recordação de infância, às vezes é a primeira música que ouvi no dia e que andou na minha cabeça e sem dar por isso cantarolava-a, é nessas alturas que me apetecem escrever o que eu considero serem os meus melhores textos…
Provavelmente porque o silêncio e a escuridão próprias da noite, me obrigam a ser mais fiel a mim própria, provavelmente porque tendo-me só a mim naquele momento, posso ser mais livre, posso pensar em imensas coisas, sem um telefone a chatear, sem um ruído que desconcentra ou sem as interrupções involuntárias de uma vida que corre sempre demasiado depressa.
Ficar assim enquanto lá fora um mundo continua, e o meu suspenso… naqueles pedaços de vida, momentos de vero piacere em que aproveito tudo o que ficou retido na alma e posso expô-lo tal e qual como me chegou, como o recebi, como o quero.
E depois quando finalmente os olhos começam as ficar pesados, os pensamentos turvados pelo cansaço e o corpo bem aconchegadinho no que eu considero o melhor lugar do mundo, aí sim, sabe bem dormir, com a certeza de que no dia seguinte tudo voltará, mas o de hoje foi cumprido!