Segunda-feira, 17 de Julho de 2006

Striptease… o meu

Confesso que é das coisas que me dão mais prazer…

Fazer um estimulante striptease, nem que seja só pra mim, virada para um grande espelho, onde me vejo, toda eu… tudo eu, onde me provoco a mim e me olho sedutoramente, avidamente, descubro posições corporais que me agradam particularmente, partes do corpo que me excitam profundamente, arrebito os seios… lambo-os… mordisco os lábios, como se do outro lado estivesse um outro eu, que me quer provar…

Provavelmente nem sou grande striper , primeiro porque nunca tive formação para tal, depois porque, quanto a mim o que define uma boa striper é o seu brio e apreciação pelo próprio corpo, sem qualquer pudor… eu não tendo pudor, não tenho também todo aquele salero.

Mas que me faz sentir muito bem… faz, tirar as roupas ora delicadamente, ora rapidamente, bambolear as ancas, contornar os seios, agitar os cabelos… delicioso.

A música ajuda a compassar os meus movimentos, por vezes sensuais por vezes desengonçados, não importa, é o prazer que me faz dançar ao ritmo da luxúria, da paixão, do desejo, da loucura...

E gosto de o fazer para alguém que o aprecie e a quem eu tenho prazer em dar-me, em expor-me, em mostrar tudo o que sou naqueles gestos por vezes frenéticos ou lânguidos, e excitam-me olhos gulosos, que desejam agarrar aquela sensualidade, que transpiram desejo, que mal se contêm, ahahahaha .

Do alto dos meus imponentes saltos, enquanto apenas deixo antever um corpo quente, coberto com o vestido bordeaux , sinto-me a mais fogosa das mulheres e naquele momento sei que o sou, enquanto vou desabotoando cada botão, que deixa adivinhar um peito sedento de prazer, ouço respirações menos controladas, vejo corpos agitados…

 

                 

Viro-me de costas… um momento… o vestido cai levemente no chão, olho pra cima, respiro fundo e viro-me dona de mim, segura, exibindo todo o meu desejo, orgulhosamente, sem receios, toda eu… sim!

Agora a derradeira mostra do que quero dar, desaperto o corpete que me aprisiona no meio de todo aquele êxtase… cada colchete… um por um, atiro-o para quem nunca o consegue apanhar à primeira, tamanha a excitação, agarro veemente o que queriam lamber… viro-me e de uma só vez, rapidamente, decididamente, baixo-me ao mesmo tempo que tiro o string bourdeaux , que beijo e te entrego…

…sorrisos…

…agarras-me e deixo de ser só eu…

Escrito por Marisa às 09:03
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Quinta-feira, 13 de Julho de 2006

Tu

Ah, se tu estivesses aqui neste momento...
Deixaria teus braços enlaçarem meu corpo,
tua boca vir de encontro à minha,
teus olhos me guiarem.

Seria tua da maneira que quisesses,
da maneira que desejasses.



Porque só tu és capaz de fazer sonhar,
tua imagem me enfeitiça.
Sou capaz de ceder a todas as suas
vontades sem questioná-las,
porque perto de ti
não sou dona de mim,
sou simplesmente tua.

                                                Tatiana V. Mattos

 

Escrito por Marisa às 11:45
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Terça-feira, 11 de Julho de 2006

Só esta noite…

Nunca fui mulher de uma só noite!

Quer dizer, sou mulher de um só café, de um jantar, de um olhar, sorriso, cumprimento, dança, uma só sedução… mas uma só noite de sexo, não!

Até posso ser cabra o suficiente para o fazer entender, quando vejo olhares gulosos, triunfantes, de quem não concebe uma recusa, gestos vulgares de quem julga bastar um estalar de dedos, de quem só quer mais  uma aventura, com quem pouco importa, quando me perguntam se não gostaria de dar uma volta no seu magnifico carro, ou se tudo o que está dentro do vestido é meu… ahahahahahahaha .

Eu valho muito mais que isso e quero muito mais que isso, quero luxúria, entrega, descrição, savoir-faire, desprendimento, o meu objectivo não são estatísticas ou estudos aprofundados acerca do comportamento sexual dos homens… ou mulheres…

Além disso, não é numa noite que se descobre o prazer com o outro, o vero piacere! Eu não o seduzi, encantei e me deixei fascinar, para depois tudo ficar reduzido a uma só noite, em que mais vezes nos atrapalhamos com o calor da emoção, do desejo, da novidade, do que propriamente aproveitamos a vibração dos corpos, nos deixamos de apreciações e levamos o outro e a nós próprios à loucura…

 

           

O que me encanta nas relações é a sedução, são os pormenores, o fascínio, o antever, os olhares... a haver sexo, há um culminar de muito interesse, de uma grande admiração pela personalidade, pelo estar, pelo respeito e persistência para comigo, sim, porque têm de ser bastante persistentes, para haver uma escaldante noite.

Não saio de casa a pensar que amanhã vou acordar num qualquer sítio, com um gajo qualquer que me achou piada e que eu encontrei bem vestido, perfumado e engraçado, não!

Não me basta saber, um nome, ou idade, ou uma qualquer afinidade comigo, e que metade das mulheres queriam ter aquele homem, para que isso me incite a ter sequer uma especial atenção para com ele!

Mas posso pensar, que espero muito encontrar aquele homem que conheci há algum tempo atrás, que me sorriu na semana passada e me ofereceu um copo, ou ficou numa conversa bastante interessante e bem-humorada comigo e fê-lo porque nos soube bem.

Depois há que pensar que, a primeira vez pode estragar o que até então era o princípio de uma bonita amizade, apenas porque nos precipitámos e deixámos o desejo gritar mais alto.

A minha impulsividade não determina as minhas relações.

Eu não concebo ir pra cama com alguém só porque o desejei no momento, ou porque ele até me faz sentir bonita, inteligente, sexy, interessante, então se eu valho assim tanto, pode muito bem continuar a fazer o seu charme, a demonstrar o seu interesse e a esforçar-se por me conquistar… pelo menos o corpo… se o conseguir, de certeza valerá a pena, mas não vai ficar só por aí… a não ser que eu o queira, não porque foi péssimo, mas… as paixões nunca avisam…

Escrito por Marisa às 17:19
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Segunda-feira, 10 de Julho de 2006

Infância

O Paulo foi o meu grande amigo de infância!

Sempre brincámos juntos, o Paulo era o miúdo que me acompanhava, sempre que eu tinha que ir fazer um recado à minha mãe, ou ia buscar qualquer coisa à loja da D. Bia, ele via-me a passar, pela janela, vinha a correr e fazia questão de me trazer os sacos que ia entregar com brio à minha mãe, e depois muito timidamente ainda lhe pedia se me deixava ir brincar com ele…

As nossas casas ficavam na mesma rua, que tinha pouco mais casas e um largo enorme onde ficávamos horas a jogar à bola, ao berlinde, ao pião, ou íamos só dar uma volta de bicicleta, depois ia jantar a casa dele ou vice-versa, éramos como se da família.

Fomos juntos pra primária e fizemos questão de levar mochilas iguais, todos os dias depois das aulas vínhamos pra casa, fazíamos o que havia sido estipulado em casa, depois os deveres da escola e depois íamos brincar até anoitecer.

                  

 

Haviam outros rapazes, outras raparigas, mas nunca ninguém beliscou sequer a nossa cumplicidade, toda a gente daquela aldeia sabia que onde andasse o Paulo andava a Marisa e vice-versa, se o Paulo ficasse de castigo, eu também não queria sair de casa.

Quando fomos pró 5º ano ficámos na mesma turma, o que foi uma grande felicidade, porque continuámos a nossa amizade, fazíamos trabalhos de grupo juntos, íamos e vínhamos no mesmo autocarro e pouco mudou.

O Paulo sempre foi um miúdo muito inteligente e desde sempre me lembro de o ouvir dizer que ia ser piloto de aviões, sabia tudo o que havia pra saber acerca disso, era um óptimo filho, que fazia muito bem todas as tarefas domésticas, sempre responsável e com notas bem acima de razoáveis.

Quando fui para o Liceu ele foi para outra escola, e passados poucos meses mudei de casa, para outra localidade, pelo que foi um corte na nossa amizade, repentino e muito doloroso.

Depois disso voltei a vê-lo muito poucas vezes e apenas para um ‘Como estás’, passado pouco tempo soube que deixou o 10º ano e foi trabalhar…

Custou-me imenso, porque sabia dos seus sonhos, das suas capacidades e nunca percebi o que o fez mudar tão rapidamente…

Inexplicavelmente nunca mais falámos, como tínhamos falado tantas vezes antes, nunca percebi as suas razões, nem onde ficou aquele miúdo, que eu sempre pensei iria ficar comigo o resto da minha vida…

Ontem fui comprar pão, de manhã bem cedinho… e ele estava lá… eu acho que era só uma sombra dele…

O que vi foi no mínimo desolador, aterrador!

Um homem desleixado, desamparado, o brilho que lhe conhecia nos olhos, desapareceu.

Sentado a um canto, olhar perdido, olheiras profundas, cheiro de quem não tem o mínimo brio por si próprio, roupas gastas, sujas e mãos calejadas, encardidas…

Senti o chão a fugir-me dos pés, uma tristeza profunda a percorrer-me a alma.

-Olá Paulo!

Disse-o com o ar mais natural que consegui, mas saiu algo de assustadoramente falso.

-Olá Marisa, há quanto tempo.

-Então vieste tomar o pequeno-almoço?

-Não vou-me deitar agora, passei e vim beber uma cerveja.

Olhar para ele, era como rever a toda a minha infância e senti-la a perder-se a cada segundo.

-Então e estás em casa dos teus pais, ainda?

-Estou mas só durante mais um mesito, houve um azar, vou ser pai em Outubro e eles disseram-me que tenho de sair entretanto… Nem sei que te diga. E tu já casaste?

Engoli em seco, estava perplexa, não consegui responder.

-Bom, gostei de te ver, agora tenho que ir embora, boa sorte e parabéns.

Voltei costas e ainda o ouvi murmurar:

-Grande sorte, a minha…

No caminho pra casa, que me pareceu muito longo, não me saía aquela imagem da cabeça, aquelas palavras, aquele não era o meu amigo Paulo.

Não sei por onde passei, cheguei a casa, pousei o pão na bancada da cozinha e as lágrimas corriam-me pela face…

Escrito por Marisa às 10:05
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Quinta-feira, 6 de Julho de 2006

Numa destas manhãs...

Numa destas manhãs, tomava um café numa esplanada, num dia triste, escuro, fresco e ventoso.

Bom a única coisa que estava nessa esplanada era mesmo o meu corpo, que já o pensamento vagueava bem longe dali, e nem mesmo eu sei muito bem por onde!

Eu estava precisamente como o tempo, sentia-me perdida, provavelmente de mim, definitivamente não seria um bom dia… devo ter mexido o adoçante com o café, durante tanto tempo, que já nem me recordava se o teria colocado ou não.

A verdade é que fui tomar aquele café, sozinha, porque seria insuportável a minha companhia para quem quer que fosse, aliás eu não queria falar, ou rir, só ficar pra ali…

-Marisa?

Nem me dei ao trabalho de levantar o olhar, aquela abordagem teria de ser fugaz, queria mesmo estar sozinha.

-Quem deseja saber?  

Disse, continuando a olhar pra chávena da qual já conhecia todos os pormenores mais ínfimos.

-Miguel…

Fiquei imediatamente arrepiada e nem sequer foi por causa do tempo, o bolero que trazia por cima dos ombros era suficiente pra me proteger daquela aragem… mas não da emoção de rever alguém tão especial…

A minha expressão ao olhar pra ele foi tão incrédula que o fez sorrir.

-Miguel? Há quanto tempo, tudo bem?

-Posso sentar-me?

Que fazer, tinha ido tomar um café pra ficar envolta nos meus pensamentos e agora tinha que optar entre esse desejo, ou a vontade de estar de novo com o Miguel.

-Sabes que eu não estou aqui sozinha por acaso, é propositado… mas senta-te.

-Ai sim, e queres mesmo que me sente?

-Claro, não vou deixar-te ir embora, agora que te encontrei.

-Como estás?

-Bem!

-Que engraçado terminámos o liceu e nunca nos tornámos a ver, ainda te mandei uns postais…

-Que eu ainda hoje guardo…

-Ahahahahaha, foste muito especial pra mim. Mas o que se passa, porquê este café sozinha?

-Nada em concreto, apenas o gosto de estar comigo, sozinha, as coisas simples da vida e os pensamentos têm outro valor, com todo o stress do quotidiano esquecemo-nos tantas vezes de nós próprios.

-Bem visto! E sendo que já terminaste o café e que eu não vou tomar, posso convidar-te para um passeio, como aqueles que fazíamos, quando saímos da escola?

-Ahahahahah, tu ias para um lado eu para outro e encontrávamo-nos cinco minutos depois no local do costume…

-Que saudades.

-Óptimos tempos aqueles, vamos então…

-Mudei de cidade e venho cá muito raramente, na verdade não há ninguém me faça voltar cá, nem amigos como sabes…

-Sei, os que eu tenho também não são do liceu, são os que vou encontrando pela vida fora.

-Eu não vim cá sozinho…

-E onde está ele?

Como sempre a minha frontalidade a ser inconveniente, o Miguel ficou tão roborizado que por momentos pensei que me deixasse por ali e seguisse apressadamente.

-Ele?

-Desculpa, a minha impulsividade teima em não mudar, como vês.

-Mas é disso que sempre gostei em ti, lembras-te quando me perguntaste, se eu não gostava de rapazes? Pois foste a única a fazê-lo, os outros preferem julgar, gozar, tirar impressões e julgarem-se muito melhores. Olha ele está à minha espera, queres conhecê-lo?

-Claro!

-Então vamos, eu já lhe falei imenso de ti, como calculas foste a única mulher…

-Eu sei… para quem queria passar uma manhã solitária e melancólica, parece-me que isto vai ser um dia bastante intenso…

-Ahahahahaah, pois vai, ele tem um sentido de humor bastante apurado, como teu…

-É mesmo o que eu preciso!

-Preparada para novas experiências?

-Que te parece?

Escrito por Marisa às 09:30
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Terça-feira, 4 de Julho de 2006

Reencontro… comigo

Hoje a minha melhor companhia sou eu!

E nem se quer estou melancólica, ou triste, ou desiludida, ou magoada, não, hoje quero ter-me a mim como companhia.

Só!

Desligo o telemóvel, o telefone, música ambiente e nem precisa ser uma música calma ou triste, sou bem capaz de pôr os Xutos e Pontapés, mas a festa é só comigo.

Tomo um banho bem demorado, fecho os olhos e penso no que de melhor me aconteceu e vai acontecendo pela vida fora, no que saboreio de uma vida nunca fácil, mas tão vivida e sempre que possível prazerosa .

Sorrio enquanto passo o sabonete liquido pelos seios… as lembranças são divinais, deleito-me com a água a descer pela barriga, levemente, livremente e aguardo-a mais a baixo… impacientemente…

Deito mais alguns sais para a banheira e aninho-me bem no meio, como se todo o meu mundo estivesse lá dentro, como se tudo o que passa no exterior me fosse alheio.

E penso nas minhas mágoas, nos meus medos, nas minhas indecisões, nas barreiras que devo ultrapassar e ainda assim me assustam, mas ali deitada tudo parece tão mais fácil…

 

          

 

Levanto-me, envolvo-me no meu roupão, enxugo os cabelos, penteio-os vagarosamente, delicadamente, limpo a minha pele que sinto renovada, purificada, mimada e hidrato-a com peculiaridade, zelo, contorno cada curva, sinto o aroma do banho e do creme… e de mim.

Deixo o roupão na casa de banho, vou orgulhosamente nua para o quarto, qual estrela de cinema, em bicos de pés, olhando para o que sou e nem estou preocupada com a celulite ou com as estrias ou com a gordurinha , quero lá saber, o que sou está ali, tal e qual, sem medos, orgulhosamente eu!

Escolho uma lingerie bem bonita, bem sedutora, esta noite quero estar impecável… para mim, ahahahaha …

Um string verde azeitona em cetim, a minha camisa de noite preferida, também verde azeitona e também em cetim, com algumas transparências, como eu, perfumo-me e estou pronta…

Não vou deitar-me a ver filmes românticos, ou a novela da noite, vou estar comigo, brindar a mim, aos meus momentos, à minha alma, à minha paz, ao que sou!

Na cozinha preparo um cocktail de frutas, com as minhas frutas de eleição, preparo um vinho fresco e vou pra sala.

Recosto-me no sofá, sorvo um gole daquele vinho, brindo a mim, como um pedaço e outro e outro de fruta, saboreio cada momento, delicio-me com a música, recordo imagens, revivo momentos, pessoas e algumas tão marcantes, não sinto saudade, tudo passa e nós passamos pela vida, não a vida por nós.

Nunca senti saudades do que fui ou vivi, ou de quem deixei de ver, aceito as partidas e as chegadas com a mesma alegria, aproveito o que vou tendo.

Mas de facto, gostava de rever algumas pessoas que me fizeram muito bem, e mesmo através do sofrimento fizeram-me ser o que hoje sou, fizeram-me crescer, amadurecer, tornar-me forte, imune a muitas coisas… frágil noutras tantas.

Fico ali a infinitamente a contemplar-me num acto puramente egocêntrico, solitário, mas feliz… tão feliz…

Escrito por Marisa às 09:04
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