Quarta-feira, 6 de Setembro de 2006

Melancolia

Um dia tão bonito, um sol tão radiante, e uma profunda melancolia que não me deixa…

O melhor que posso retirar de um dia melancólico, triste e cinzento, por vezes nem tanto pelo tempo, é perceber que não quero repeti-lo tão depressa.

Passar o dia é um tormento, sorrir um pesadelo, trabalhar… um engano.

Nestes dias deito-me invariavelmente cedo, depois de um banho rápido, em que até o toque da água no corpo dói, em que qualquer palavra por mais inocente que seja, magoa, em que a lua nunca tem brilho, e eu só quero que me ilumine, que volte a colocar o brilho nos meus olhos, que me ajude a sorrir, que me embale até que eu adormeça.

Enfio-me dentro de uns lençóis tremendamente frios, ou será alma… aperto-me contra mim, fecho os olhos e quero esquecer-me que existo.

Ficar ali numa cama imensa, ficar comigo, é muito, olhos inundados e ao primeiro suspiro uma lágrima e depois outra que trazem um peso excessivo, de um corpo vazio e sem sentido, adormeço inundada de mim…

Acordo no dia seguinte, bem de madrugada, com uma vontade imensa de viver, desfrutar o que de melhor tenho, respirar, sorrir.

Quero recuperar tudo o que não fui ontem, quero estar bem comigo e volto para o banho, um banho bem calmo onde redescubro um corpo que não vi nem senti ontem, água tépida e pensamentos felizes.

 

               

                     

 

Demoro a limpar-me, como se retirasse a todo o custo o que resta daquele que foi um dia de tormento, não porque correu mal, ou foi stressante, mas porque eu não fui como me gosto, só uma sombra...

Escolho meticulosamente o que vou vestir e sei que tem que ser leve, para uma alma nova,  perfumado para um corpo limpo… sei exactamente para onde vou…

Penteio os cabelos vagarosamente e deixo-os soltos, que é como me quero sentir hoje, calço as minhas sandálias, pego na minha mala e saio apressadamente.

O percurso destes dias é sempre o mesmo, o fascínio igual, o poder em mim infindável.

Começo a avistar o mar, e o brilho a regressar ao meu olhar, a brisa ajuda-me a recompor, o barulho das ondas faz-me voltar a acreditar em mim, a sentir-me viva.

Um passeio pela beira-mar, molho o rosto como se tudo começasse a partir daquele instante, um grande e profundo suspiro e volto para o carro, volto pra
vida, há uma vida à minha espera...

Entro no escritório, um café rápido, e aqui estou eu pronta para viver… plenamente.

Escrito por Marisa às 10:05
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