-Querida, desculpa hoje não vou poder estar contigo, vou sair daqui tarde…
-Não faz mal, eu vou comer qualquer coisa… e vou deitar-me. - Desliguei o telefone com um beijinho, e no mesmo instante, escrevi um SMS ‘Planos para esta noite? ‘, passados breves minutos recebi, ‘Espero que tenhas gelado de morango… até já’.
Quando chegou eu já estava no quarto, luzes apagadas, música ambiente, apenas um candeeiro da mesa-de-cabeceira aceso, para dar ambiente.
-Olá brasa…
-Bem, não estava nos meus planos vir dormir contigo, tens uma camisa de noite para mim?
-Eu estou de string e não tenho frio… queres mesmo uma camisa?
-Ahahahahahahahahahah, ok ok.
-Aliás, experimenta tirar a roupinha para eu ver…
-Hummmm, ajudas-me?
-Claro!
E ali estávamos as duas, a tirar as suas roupas, como se de um ritual se tratasse, com algumas carícias menos inocentes pelo meio, olhares provocantes, ambas sabíamos o que se seguiria.
-Onde está o gelado?
-Ali, em cima da cómoda.
Foi buscar, tirou um bocado com o dedo e passou-o no meu mamilo que se arrepiou instantaneamente…
-Olha está a derreter… -disse-o com um ar tão inocente que nos fez gargalhar.
-Então vais ter que o lamber…
E assim começou o que seria uma noite profundamente erótica… em que entrou toda a nossa cumplicidade e profundo conhecimento acerca de nós próprias, ora me lambia, ora a tocava, ora brincávamos, ora gemíamos... e naquele jogo fascinante em que nos entregámos por completo ao prazer, tudo o que era exterior ao momento ficou esquecido.
A certa altura haviam pedaços de gelado por todo o nosso corpo e lambíamo-nos uma à outra com avidez, desejo, experimentando novas formas de prazer, deixando de lado quaisquer complexos, certas de que ambas nos queríamos descobrir e retirar todo o proveito disso.
Deitámo-nos uma em cima da outra e as nossas peles colavam com o doce do gelado, o que nos fez recomeçar tudo, mas desta vez de uma forma mais solta, afinal as poucas barreiras que haviam, já tinham sido quebradas… decidimos levar o jogo ao fim e ela deu o mote, quando olhou para mim de forma séria, sorriu e levou um dedo ao meu centro de prazer… não mais conseguimos parar… naquele vaivém, naquela loucura, em que ambas parecíamos possuídas, só faltava perceber quem ia conseguir o primeiro orgasmo e estávamos certas de que faltava muito pouco…
A certa altura, quando me virava aleatoriamente, percebi que não estávamos sós, e o que até então era um corpo em brasa… gelou por completo…
-Mas… olá… não disseste, que não podias cá vir hoje?
-Sim…- Disse-me visivelmente ruborizado e nervoso- Mas afinal consegui despachar-me e vinha fazer-te uma surpresa...
Não consegui proferir uma única palavra, ela, simplesmente ficou imóvel, como se paralisasse naquele instante.
-Já estás aí… há muito tempo? - Engoli em seco.
-Há tempo suficiente, para perceber que vamos ter uma noite fantástica…