São fascinantes as palavras!
O poder da escrita é imenso, uma simples junção de letras tem a capacidade de despertar em nós tantos sentimentos, por vezes bons, outras nem tanto, mas sempre um sentir…
O dom da escrita, é reservado apenas a alguns, eu atrever-me ia a dizer, que é reservado a muito poucos, no entanto quem o consegue, deleita-nos por completo, a escrita fascina, deleita, viaja, seduz...
As palavras permitem-nos viajar pelo mundo sem sair do sofá, permitem-nos sentir um prazer que nunca foi nosso, chorar com a desgraça de outros, sonhar com o impensável, apaixonarmo-nos por quem nem sequer existe, permitem-nos ruborizar e fazer um sorriso tremendo, porque nos faz bem o que está escrito.
As mais belas palavras, aquelas que vêm da alma, as mais profundas, são de uma grandeza imensa, são de tal forma delicadas que nos fazem ler e reler e sorrir, tamanho é o seu significado.
Saber utilizar as palavras, dar-lhes sabor, contexto, forma, corpo, é talvez dos objectivos mais difíceis de alcançar, porque implica uma sensibilidade tremenda, uma dádiva.
E depois há palavras de majestosamente empregues que nos transmitem uma tal luxúria, sensualidade, que quase tocamos, sentimos, queremos…
Há textos vastíssimos, ricamente trabalhos, sublimemente escritos e que no entanto não dizem nada, não tem simbolismo, não falam, não exprimem, são vazios, frios...
Porque a simbiose entre as palavras e o autor não existiu, porque a autenticidade ficou de lado e o que se quis expor foi só um relato vago, provavelmente as palavras certas estarão lá, mas o tacto para as colocar no devido lugar, o fascínio de poder escrever o que se sente, o que se deseja, o que se quer, o que se viveu, o que há de mais belo, o que revela prazer, o que realmente nos completa, falhou.
E há meras frases, tão simples, tão puras, tão autênticas, humildes, que nos exprimem o que tanto queríamos dizer e não sabíamos como, só porque lá está parte de nós, só porque já o sentimos, ou porque afinal temos o dom de expor o que tantos pensam.
E a coragem de impor os nossos sentires, de ser diferente, de sentir impulsivamente e de ter prazer em sentir o que se escreve e de escrever com um sorriso que nos transporta para onde as palavras no guiam.
Há poemas tão belos, que para nós são meras letras juntas, e depois há textos, tantas vezes sem qualidade literária, que nos fazem tão felizes…
As palavras são intemporais… tal como os sentimentos… ou a alma...