Terça-feira, 29 de Maio de 2007

Kininha

Ontem foi um dia daqueles que ninguém quer ter, aliás prolongou-se por toda a noite e o meu grande consolo, é tê-la agora a dormir angelicalmente no meu colo, enquanto escrevo este texto em jeito de desabafo, se mo permitem.

Quem me conhece sabe da minha imensa paixão e permito-me dizer, quase devoção, por cães, adoro estas ‘pessoazinhas, palavra nova, de quatro patas e maior que o afecto que eu sinto, só a loucura que o meu pai sente por eles.

Ora recentemente chegou um novo membro à nossa família, já de si relativamente grande a nível de cães, mas que rapidamente foi acolhido, aliás acolhida, com toda a pompa e circunstancia, não tivesse ela sido resgatada da porta de um café, completamente coberta de pulgas e esfomeada, à cerca de um mês.

Pois bem, depois de um generoso e sempre merecido banhinho, a Kininha estava no seu melhor, é aliás a mascote aqui do sítio, julgo que não deve ter nada a ver com os seus avantajados 5 quilos, ou pelo facto de mascar (e não engolir) pastilha elástica, como gente grande, ou a imensa alegria que a sua cauda nunca consegue esconder... fantástica.

A Kininha adora fazer umas sestas no meu colo, quando os meus afazeres mo permitem e porque adora vir ter comigo ao escritório, sendo que já me viu redigir alguns dos textos que aqui coloco.

 

          

 

Ontem não foi excepção, depois de almoço, lá vem ela pedir colinho, ao que eu como permissiva que sou, rapidamente acedi. Passado algum tempo começou a tremer compulsivamente, saltou pró chão e o que aconteceu depois, não interessa descrever, ainda me é demasiado violento.

Foi de urgência pra clínica veterinária.

Passadas cerca de quatro horas, saiu a soro num bracinho e a recomendação de que teria de a vigiar toda a noite para perceber a evolução. Foi envenenamento, não se percebe como e porquê, mas safou-se por muito pouco.

Durante esta noite de vigia, ocorreram-me imensas coisas, próprias de quem já esgotou a capacidade de raciocinio, por cansaço.

Será que é só a mim que acontecem estas coisas, pelo facto de nutrir pelos animais, em especial caes, um sentimento muito especial?

Será que quanto mais gostamos e cuidamos de algo ou alguém, mais essa ‘relação’ está condenada ao fracasso?

Será isto uma espécie de teste, ou prova, pelo qual tenho que passar?

Resumindo, os meus olhos acusam cansaço, o braço já está dormente do peso cabecinha dela, mas tenho a alma a transbordar e uma alegria imensa que facilmente supera o cansaço, conseguimos salvá-la por pouco.

Temos a nossa Kininha outra vez!

 

Posto isto, a emissão segue logo que possível…

Escrito por Marisa às 10:31
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Quarta-feira, 23 de Maio de 2007

Renascer…

Entrei no duche e bem lá debaixo liguei a água que correu gelada, doeu senti-la na pele, mas fez-me tremendamente bem.

Quase como se de repente acordasse de um estado latente, como se só aquele choque fosse suficiente para me ajudar a voltar a mim. Senti uma forte descarga por todo o corpo, um arrepio gigante e um pequeno grito saiu sem que o conseguisse prever ou controlar e depois uma gargalhada, sim voltei…

Fui amenizando a água, peguei na esponja cobri-a de sabonete de leite e mel e enquanto o passava delicadamente em cada pedaço de pele, era como se esse mesmo pedaço acordasse, rejuvenescesse, como se lhe devolvesse a doçura, o sentir, o cheiro, soube deliciosamente bem, aliás repeti a operação quase exaustivamente.

Água mais quente e fiquei ali a ver a espuma fugir pelo ralo e com ela toda minha melancolia, o frio de alma, a tristeza, a tensão…

Depois de um banho prolongado, relaxado, muito necessário e revigorante, estava pronta.

 

                  

 

Saí do duche, coloquei o creme hidratante, hidratei os cabelos, retoquei os meus pelinhos, ahahaha, penteei-me e olhei para o pijama que tinha preparado para vestir… peguei nele e levei-o de novo para a gaveta…

Tirei da gaveta a minha camisa verde de cetim, a minha companheira de piaceres, estava guardada religiosamente desde o ano passado, a noite estava fresca, mas a alma revigorada, a camisa de noite era o que combinava com o meu estado e senti-la deslizar pelo corpo, e sentir o toque do cetim na pele, e olhar-me ao espelho, e ver-me linda…hummm.

Coloquei um pouco de perfume… a Marisa de que gosto, a que eu sou, com tudo o que tenho a mais ou a menos, com todas as angústias e decepções, com todas as alegrias e sorrisos, eis-me de novo!

Escrito por Marisa às 15:02
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Segunda-feira, 21 de Maio de 2007

Hoje não…

Hoje não quero ouvir, sentir, dar, receber, nada… hoje quero ficar num cantinho em que só eu lá caiba…

Hoje dói-me tudo, sem que sinta nada, há um vazio enorme, dentro de mim, que nem sequer me apetece preencher, a alma está ferida, o corpo dormente…

Ter de levantar-me, arranjar-me e sair de casa neste estado é demasiado doloroso… e olhar-me, foi terrível.

Não me apetece tirar os óculos de sol, num dia tão triste como este, não me apetece tirar o casaco dentro de um espaço quente, não me apetece olhar, não sei o que aqui estou a fazer, é tudo demasiado, para mim…hoje.

Os pássaros não cantaram na minha janela, o dia não quer nascer, o sol não vai brilhar, o vento pede-me para que volte para casa, mas tenho de ficar…

Esta melancolia que me invadiu, teima em deixar-me assim, amorfa, pesada, enrugada, mesquinha e eu não sei lidar com isto.

A vida não é para ser assim e eu não gosto de ser assim, mas até a tentativa de esboçar um sorriso é infrutífera, como se cada músculo do corpo me pedisse hoje para que o deixe em paz, para que o esqueça por hoje, como se a alma tivesse tirado o dia só para si para se recompor ou talvez reciclar…

     

Nunca percebi se estes dias são negativos ou positivos, pois é sempre em dias como este que renasço de mim própria, que retiro ensinamentos de vida, que descubro mais um pedaço de mim, mas dói…

Não vejo hora de regressar a casa, deitar-me no meu sofá colocar uma música bem calma… chorar talvez, eu adoro chorar, chorar porque sim, porque lava os sentires, porque nos levita, depois tomar um banho e deitar para voltar a renascer…

É isso, preciso renascer…

 

Escrito por Marisa às 09:43
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Quarta-feira, 16 de Maio de 2007

A questão do século…

Acho que estou mais gorda…ahahahaha

Quer dizer, o caso é sério, não seria para rir, eu é que já não tenho idade pra me preocupar com isso, pronto tenho idade que estamos sempre em idade de tudo, mas não me apetece, simplesmente não quero.

Bom a verdade é que num destes dias, uma invejosa e infeliz, alem de me informar que a meloa engorda imenso (correcção querida, quem engorda somos nós e desconfio que a meloa não será o pior), mas adiante, ora a cara amiga informava-me simpaticamente que me achava mais gorda, ao que obviamente respondi com uma ligeiramente sonora gargalhada, acompanhada de um, ‘Será? Chatice lá terei que renovar o guarda-roupa inteirinho…’.

Isto além de lhe provocar um sorriso azedo, acompanhado de um, ‘Estás sempre bem disposta’, fê-la perceber também, que o veneno que tentou despejar em cima de mim, foi só para por breves minuto se esquecer da sua própria fisionomia. O que a mim, obviamente me passa ao lado, porque eu sou muito mais do que um corpo mais ou menos interessante, o que significa que nunca serão, um ou dois quilos que me retirarão a boa disposição, ou alegria de viver, ou o que quer que seja.

Pelo sim pelo não, cheguei a casa, dirigi-me ao quarto, bem em frente ao espelho, retirei o fato de treino que adoro usar quando ando mais descontraída, que já agora dizem-me, fica lindamente e olhei muito seriamente para mim, na tentativa de perceber onde estaria o que a fez elogiar-me daquela forma efusiva, e devo dizer que encontrei… as mamas estão ligeiramente maiores e as ancas mais arredondadas… adorei!

 

                          

Estou muito mais sexy e não tinha reparado!

Eu que gosto tanto de olhar pra mim, que tenho com os espelhos lá de casa uma relação tão estreita e que faço questão de me conhecer minuciosamente, não tinha reparado que estava mais… gorda.

Mas afinal porque é que ‘estar ou ser gorda’ tem de ser negativo?

Desde que tal facto não comprometa a saúde, não pode ser positivo?

Não há beleza em mulheres ou homens que fogem do estereótipo, das medidas ditas ideais, não posso sentir-me sexy e linda, só porque o meu peso não é o ideal e visto o numero acima ?

Quando a vir tenho de lhe agradecer!

Escrito por Marisa às 16:22
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Segunda-feira, 14 de Maio de 2007

Be happy!

Há em mim, ultimamente, uma felicidade que contagia…

E o mais fantástico é que parte de dentro de mim, do meu âmago… esta sensação de profunda leveza, de alegria contagiante, coloca-me um sorriso no rosto, que nem sempre conseguia envergar…

A razão?

Não sei, não tem a ver com nada em concreto, não houve nada de relevante que me colocasse em tal estado de graça, não deixei de ter grandes objectivos… deixei talvez de os querer alcançar com tanta arrogância, deixei de querer correr como louca atrás deles… percebi que aproveitando cada etapa de vida, saboreando cada momento, que nada tem de extraordinário, consigo mais facilmente eliminar obstáculos.

Afinal os sorrisos continuam a ser das melhores armas, até de arremesso, que uma gargalhada minha, dificilmente passa despercebida, ahahahaha.

 

                

Ultimamente tenho acordado muito bem disposta, o que raramente me acontecia e tenho adormecido muito tranquila, com a sensação de dever cumprido, o que nem sempre me é concedido, ou era, porque agora descobri o segredo… muito sossegada, num exercício de profunda introspecção, ouço-me, percebo o que me quero dizer, descubro o que me faltou naquele dia e prometo-me que no dia seguinte o farei…

Não deixo de dar todos os beijos, que queria naquele dia, de ligar a quem me apeteceu, de dizer a quem gosto, que gosto, de me olhar no espelho com olhos de ver e descobrir algo em mim que aprecio mesmo e sobretudo, ter a consciência de que foi mais um dia bem cumprido, como se não tivesse a certeza de que irei acordar no dia seguinte e ainda que tal não aconteça, tudo o que havia sido destinado, foi cumprido.

Não há mais aquela ânsia doida, que nos deixa esquecer dos nossos valores, das nossas atitudes, dos nossos sentimentos, não há mais lugar para rancores infundados, para ódios que ocupam o espaço de sentimentos tão nobres…

Inimigos?

Devem haver, mas não me apetece saber quem são.

Quero que a minha vida valha muito a pena e a principal responsável por isso sou eu…

Escrito por Marisa às 17:11
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Quarta-feira, 9 de Maio de 2007

Momentos

Entrei no quarto e a iluminação estava perfeita, aquele lusco-fusco lá de fora que entra por entre os estores e nos permite vislumbrar, não com perfeita nitidez, mas daquela forma em que tudo fica perfeito e lá estava ele, vencido pelo cansaço, deitado em cima da cama, não numa daquelas poses lindíssimas, simplesmente deitado, num sono profundo e merecido.

Apeteceu aninhar-me junto dele, talvez beijá-lo, despi-lo e por aí fora… mas não, saí sorrateiramente, antes que o desejo se tornasse incontrolável, encostei a porta e fui preparar qualquer coisa para jantarmos.

Saber que tenho alguém que me faz tão bem, a descansar na minha cama é se calhar das melhores sensações que se podem ter, saber que a minha cama é porto de abrigo para mais alguém, que dentro do meu quarto que é o meu tesouro está alguém tão especial para mim… esbocei um sorriso, sei que aquele foi um momento muito feliz…

Bem no meu ouvido, sentindo a respiração na nuca, ouvi:

-Já chegaste à muito tempo?

Sem me voltar e controlando ao máximo o arrepio e ao mesmo tempo tesão que aquela surpresa repleta de sensualidade, me provocou disse:

-Algum, vi que estavas a dormir, deixei-te estar.

-Podias ter-me acordado.

-Podia, mas achei que não devia, precisas descansar…

-E preciso de ti…

-Tens-me agora.

-Já?

-Ahahah, estava a pensar em algo mais elaborado…

-Hummm… devo ficar com medo?

            

-Ahahahah, sempre! Quero que te masturbes, quero ver, sentir, quero perceber que sensação é essa que vos faz rebentar em pouco tempo, o teu tempo, o que realmente te dá prazer, como se despisses essa faceta, quero que olhes para mim quando estiveres lá…

-Tens cada ideia!?

-Então, vamos ao toillete?

-E depois ficamos por lá?

-Claro! Só vais atiçar-me o fogo, depois tens que o apagar!

-Ahahahah…

Devo dizer que foi das imagens que mais me excitaram, primeiro pela intimidade que é ter alguém a expor-se daquela forma na nossa frente, um prazer tão secreto, tão pessoal, tão nosso e a coragem de mostrá-lo, deixou-me muito lisonjeada, depois pelas expressões de puro prazer, que a mim me estavam a excitar por completo… e depois o clímax, quase tinha um orgasmo ao mesmo tempo… delicioso demais…

Beijou-me ainda com a respiração ofegante, sorri-lhe e liguei a torneira da banheira…

 

 

Escrito por Marisa às 17:52
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