Quinta-feira, 26 de Abril de 2007

Entrega...

Não sei decidir-me, entre a luz do dia e a magia da noite… não sei o que me encanta mais, nunca soube, não quero sequer saber.

A dádiva que é poder fundir-me noutro, ser eu noutro e amar-me assim, ultrapassa em muito o tempo, mas a nossa alma é outra, consoante o sol ou a lua…

Entre o fascínio da luminosidade, dos raios de sol, da claridade, do amanhecer, da beleza do dia… antes de sentir, ver; antes de tocar, observar…

O barulho das vidas, o stress das horas… e no meio de todo aquele frenesim parar… assim sem mais, de janelas abertas, absorvendo toda a luz que grandiosamente nos entregam, assim mesmo, ali, nua, eu, despojada de tudo, só vida e desejo dentro de mim, enquanto outras vidas correm lá fora… aproveitar cada pedaço de momento, cada segundo de prazer, há mistério ainda assim, há muita segurança, há verdadeira admiração pelo que somos, é se calhar uma forma mais genuína de ser ou estar, porque não se pode esconder nada.

À luz do dia tudo é permitido entre nós, tudo se vê, muito se empolga, não há imperfeições, artimanhas ou capas, só eu em frente a mim, assumindo-me tal e qual, sem a noite para me encobrir…

Num rasgo de prazer, entrego-me, entrego tudo o que sou, dou-me, sem jogos de sombras, sou tudo o que ali está e sou-o tão bem…

Aqueles seios são os meus, a minha pele é aquela tonalidade, as minhas pernas têm aqueles contornos, os gemidos vêm-se soltar da minha boca, os olhos cerram-se sem pedir permissão e vêm-se assim, antes mesmo de atingir o clímax, já se percebe porque se vêm mãos cravadas num tecido que nunca é demasiado rijo, sou visivelmente eu…

 

            

Depois a noite, ah a noite…o mistério que a envolve, o silêncio da escuridão, a magia do antever, a sobriedade do escuro… adivinhar, tactear, sentir, descobrir, sorver…

Tudo sou eu, ouvir toques, sentir respirações, apreciar gemidos, sem ver, sente-se mais intimamente, fielmente… à luz da noite tudo é perfeito, todos somos seres iguais, mas deliciosamente peculiares, o fascínio que nos envolve, a capacidade de nos transfigurarmos, sob o olhar atento da lua, a noite traz a capacidade de deixarmos de ser nós por breves instantes, para passarmos a ser noite e com ela esfumarmo-nos no tempo, dando lugar ao prazer no seu todo, não há corpos ou presenças, há momentos intensos, que nos ficam cravados na alma…

Não sei se me prefiro, se me sei entregar melhor, se sou mais eu, se sinto mais, se quero mais… de dia ou de noite, são duas linguagens, dois estilos, dois sentimentos, duas vidas distintas… que não sei preferenciar… na dúvida, entrego-me de dia… e deixo-me entregar de noite… ahahahahahahah

Escrito por Marisa às 16:36
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Segunda-feira, 23 de Abril de 2007

Me, myself and i…

Enquanto passava delicadamente o creme hidratante (nada de auto-bronzeadores, sou branquinha temos pena!), pelo corpo e me detinha muito especialmente e prazerosamente ‘en ma damme’, ahahahaha, pensava, ‘Eu sou uma mulher linda!’.

Quer dizer... não visto o 36, bem sei, não tenho 1,70m de altura, nem cinturinha de vespa, nem pezinho de princesa, nem olhos azuis, sequer cabelos louros… e sim tenho celulite, pior… estrias… e então?

Afinal sou só humana e não tenho tempo nem dinheiro para tratamentos à carteira que só nos fazem ficar mais deprimidas porque percebemos que nunca seremos esbeltas, sensuais e deslumbrantes, como a Angelina Jolie… ok exagerei mas a mulher é uma deusa, levar-me-ia à completa loucura… ainda mais… ai, ai.

Mas dizia eu, ora mesmo assim, mesmo depois de admitir isto tudo perante mim, que é de facto algo merecedor de garbo, eu acho que sou uma mulher gira!

Sei exactamente o que quero, tenho um sorriso lindíssimo, permitam-me e modéstia…, sou uma boa conversadora, o que significa que qualquer assunto que venha eu encaixo e discuto, sou bem disposta, e tenho um charme fantástico que os meus poucos atributos me ajudam a salientar.

O que me faz sentir assim?

                     

Os maravilhosos decotes que adoro usar, os saltos altos que uso pelo andar deslizante que me conferem… e sempre ajudam a levantar o bum-bum… o estar, simples e imponentemente estar, a presença pesa, ninguém é mais elegante, bonita e maravilhosa que eu, quando estou perto de quem gosto e me esforço por proporcionar um óptimo momento a mim e a quem tenho por companhia.

Recuso-me a fazer sacrifícios por quem quer que seja, muito menos por mim, só uso o que me faz sentir bem, só digo o que penso.

A minha beleza é muito mais do que medidas, do que um corpo estereotipado, sem marcas do tempo, ou das minhas vivências, ou dos meus excessos, eu sou uma pessoa excessiva! Rio-me excessivamente, irrito-me excessivamente, brinco excessivamente, vivo excessivamente, tenho muito mais para mostrar, além de perfeições que de perfeitas nada têm, ou de futilidades que só me fazem perder o que de melhor a vida tem.

Tudo o que há a mais ou menos em mim, é tão simplesmente meu, faz parte de mim, é o meu ser e portanto gosto dele, ostento-o com orgulho e nunca será uma ‘miss sou podre de boa e tenho tudo perfeitinho’ que me fará ter inveja ou sequer aspirar a ter tudo o que ela tem e por isso mesmo deixar de ser eu!

Quando todos percebermos que a nossa beleza parte de dentro e que os olhos são os últimos a percepcioná-la, aí haverão menos depressões, mas muito mais alegria, num mundo que felizmente não tem medidas perfeitas, nem sequer semelhantes…

Escrito por Marisa às 15:57
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Quinta-feira, 19 de Abril de 2007

Mi tango

Não sou uma dançarina exímia, aliás eu nem sei dançar, ahahahahahaha, limito-me a bambolear as ancas e sobretudo a sentir a música, quando ela me toca, quando a noite promete, porque adoro sentir o ritmo a apoderar-se de mim, e se me permitem, faço-o muito bem!

Mas dizia eu, não sendo sequer uma dançarina amadora, há danças que me encantam, que me fascinam e sei que posso passar uma noite inteira a vê-las que nunca me cansarei, como é o tango… especialmente o tango argentino, que charme, sensualidade, elegância, intensidade, fogo…

Chega a excitar-me ver todo aquele ritual, sentir tamanha energia num só espaço, sentir as vibrações da música, perceber o efeito que me causa e a quem ousa dançar a mais sensual das danças…

O tango tem uma linguagem muito própria, um código intransmissível, um erotismo que trespassa a dança em si, toda aquela música é poder.

Os olhares, as posições, os vestidos, a luminosidade, tudo confere mistério e requinte à minha dança preferida… um dia destes num rasgo de loucura sã, entrego-me nas mãos fortes e sapientes de um dançarino que me conduzirá num dos mais inesquecíveis momentos da minha vida…

Por vezes, fecho os olhos, enquanto aprecio um som, como o que deixo aqui ao lado e imagino-me, eu própria dentro de um daqueles maravilhosos vestidos, com o xaile e o cabelo apanhado com uma rosa… depois a leveza, a graciosidade enquanto arrasto um pé e rodopio sobre mim e me chego subtilmente ao meu par e as nossas bocas ficam coladas, sem se tocarem…

 

                  

…e as mãos dele percorrem as minhas costas veementemente e fazem-me rodopiar mais uma vez, passar debaixo das pernas dele e encostar as minhas costas no seu peito arfante… um compasso de espera, respirações entrecortadas… e desta vez vem ele atrás de mim, vou recuando graciosamente os passos, segue-me obedientemente, puxa-me para junto dele e faz-me inclinar, erguendo subtilmente a minha perna, chega-se e quando os nossos odores já estão envolvidos, as nossas respirações em uníssono e os olhos profundamente envolvidos, quando sinto os seus lábios perigosamente junto dos meus… termina a música e o fascínio continua…

 

Escrito por Marisa às 10:54
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Terça-feira, 17 de Abril de 2007

Thinking Blogger Award

Fui surpreendida com algo de inédito, para mim, que me arrancou um grande sorriso e, permitam-me, algum orgulho nos meus escritos.

Não que não o sentisse antes, porque escrevo o que gosto e me faz bem independentemente de ser consensual ou não, mas sabê-lo noutro blog, saber que apreciam desta forma a minha escrita…

Ora esta nomeação, foi-me atribuída na categoria de ‘blog que faz pensar’, o que provavelmente nem será nada de extraordinário, eu é que fico sempre surpreendida com este género de ‘prémios’, porque de facto, é mesmo o que pretendo com os meus escritos, fazer pensar… a mim inclusive, descobrir-me, todos nós temos uma maneira muito própria de pensar e de ver a vida, nem sempre difere muito dos demais, mas poder expô-lo e dessa forma libertarmo-nos, deixar amarras pré-concebidas, transpor tabus que não têm razão de ser e sobretudo mostrar-me a mim própria…

O meu blog, mostra-me muita coisa e ajuda-me a pensar, sobretudo em mim, que é algo que as pessoas, ou se calhar só eu, têm tendência a esquecer, se é egoísmo, pois deixem-me ser egoísta e partilhá-lo convosco!

Ainda pra mais, ser dintinguida, num blog que conheço muito recentemente, como é o Dias, um blog que me agrada imenso ler, diferente no seu género, conhece o Vero Piacere, também há pouco tempo… que lisonjeio…

Deixem-me recostar e apreciar tamanho prazer, deixem-me ficar vaidosa… ainda mais vaidosa, ahahahaha.

Posto isto e depois de fazer a devida vénia ao André (permite-me que utilize o teu nome), tenho a nobre missão de também nomear 5 dos blogs que mais prazer me dão ler, que mais admiro, que me fazem pensar, e são eles…

                                            

BLOGJOB- de Mr. Shakermaker, simplesmente pela genialidade dos textos, pelo cunho pessoal que emprega em cada um deles e depois pela peculiaridade da pessoa em si, pelo que me é dado a conhecer, vale muito a pena;

 

PÉ DE MEIA- de MFC,  em cada foto, lindas fotos, uma pequena legenda, que invariavelmente me faz pensar, em momentos semelhantes, em estados de alma como aquele, fotos aparentemente banais, mas nunca vulgares, fascinante;

 

O SEXO É NATURAL- de Anani,  de facto o sexo é mesmo natural, ainda que para muitos signifique ainda, risadinhas, tabus, aqui ele é descrito muito genuinamente, como deve ser, sem falsos moralismos, ou hipocrisias vãs… exemplar;

 

AO SUL DAS PALAVRAS- de Vitor, subitamente aparece por lá um texto, sempre genial, emotivo, arrebatador, sempre muito bem escrito, sempre um prazer ler;

 

DIZ-FRUTA- de Tangerina,  textos curtos, mas carregados de simbolismo, inteligentes e que obrigatoriamente nos fazem questionar algo, uma agradável novidade que adoro visitar;

 

"Estes amigos devem copiar o selo correspondente e afixá-lo na barra lateral dos seus blogs. De seguida devem nomear os cinco blogs que escolheram e fazer um post a nomeá-los."

 

Aos restantes que sabem que os leio, ou porque vou deixando comentários, ou porque faço questão de lhes dizer, saibam que é também um Vero Piacere passar por aí, um obrigado a todos vós que tão lindas palavras e ideias, partilham.

Escrito por Marisa às 16:22
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Segunda-feira, 16 de Abril de 2007

Bem-vindo...

Hoje acordei com o cheiro do Verão e soube tão bem… enquanto os raios de sol entravam pela janela e eu me espreguiçava, percebia que tenho andado demasiado sedentária, nem bicicleta, nem ginásio, nem jogging, nem noitadas…

Todos os anos, é isto, o frio e a chuva, empurram-me para o sofá lá de casa, fazem-me acender a lareira e permanecer enroscada em mim, para que o aconchego me faça sentir melhor… continuo a gostar, mas por agora bastava.

Todos os anos, tenho neste âmbito dois momentos de saudade, nos finais de Setembro sinto uma saudade tremenda do meu velho camisolão de lã e do crepitar da lenha na lareira, no final de Março morro de saudades das minhas sandálias, do cheiro do Verão, do calor e da sensação de liberdade que tudo isto provoca.

Sabendo que a sensualidade parte só de nós, nunca me consigo sentir tão deslumbrante no Inverno como no Verão, os tecidos apertam-me, sufocam-me, não me deixam ser como gosto, mostrar o que aprecio…

                      

  

Hoje apeteceu-me levantar, vestir algo desportivo e sair por aí, só para dar as boas vindas ao Verão, só para lhe dizer que parte da minha alegria de viver, é ele quem ma transmite, que mais uma vez cá estou eu à espera, dos dias que terminam em noites deliciosamente escaldantes, das manhãs quentes que nos empurram pra fora da cama, dos almoços na esplanada ao sabor das gargalhadas, dos finos tecidos que nos cobrem só o que deve ser coberto socialmente…

Devia ter ido directamente para a praia mais próxima, a minha praia, a minha areia, sentir o mar nos pés e deixá-lo entrar na alma, ainda não foi hoje, mas será assim que possível… o cheiro do Verão, entra na alma, leva a melancolia e enche de expectativa, alegria, brilho no olhar…

Todos os anos, volto a apaixonar-me nesta altura… por mim, por quem me quer, pela vida…

Escrito por Marisa às 10:21
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Quarta-feira, 11 de Abril de 2007

A minha mãe

Não tenho, com este pequeno escrito, a mínima pretensão de explicar o que significa a minha mãe para mim, era aliás, impossível fazê-lo, a palavra mãe é uma palavra demasiado minúscula, para tamanho significado. Três letras nunca podem representar um sentimento tão bonito e verdadeiro, como aquele que sei, ela nutre por mim.

Dizer que é a melhor amiga é sempre redutor, mas parte da verdade, não se pode desassociar a palavra amiga da palavra mãe, nunca ninguém nos quererá tão bem como um ser que nos gerou e criou dentro dela.

Dizer que é a melhor mãe do mundo é falso, porque felizmente não conheço mais nenhuma e na realidade espero sinceramente que não seja a melhor mãe do mundo, até porque eu não sou de certeza a melhor filha e estaríamos em desigualdade, eu sou o melhor que sei e ela é muito mais do que sabe ser…

A minha mãe é aquela pessoa, inigualável, que só de sorrir já me faz bem, adjectivá-la seria sempre reduzi-la ao que as palavras permitem e ela é muito mais do que se pode descrever.

Tenho por ela o amor todo que só uma filha consegue ter e mais a admiração possível, por um ser tão fantástico que além de me dar vida, ainda me faz viver bem e melhor todos os dias.

 

            

Não pretendo com isto, apelar à lágrima, homenagear, ou de certa forma emocionar quem me lê, até porque espero, as vossas mães sejam especiais e únicas como a minha.

Não é porventura, a mais linda do mundo, a mais elegante, a mais amorosa, a mais simpática, um exemplo de mãe, nem precisa, porque é a minha e poder utilizar este pronome juntamente com a apalavra mãe, dá-me um orgulho que mal me cabe no peito.

Acho que há medida que a vida vai passando, vamos percebendo mais conscientemente o valor que a mãe representa para nós, o porto de abrigo que afinal sempre foi e nós se calhar nunca quisemos aproveitar, perceber.

A relação com a minha mãe, passou há muito tempo a cumplicidade, ou a típica relação mãe/filha, é uma linguagem de olhares, toques, emoções, nunca precisarei pedir-lhe nada que ela não soubesse já que eu o necessitava, nunca deixarei de ter algo que ela pudesse dar-me.

A intensidade da nossa relação mede-se pelo tempo de que dispomos juntas e fazemos questão de aproveitar ao máximo da melhor maneira, seja com lágrimas ou com sorrisos, porque nunca me vai saber melhor chorar ou rir com alguém do que com ela, a nossa relação é imortal, a morte será demasiado vã para terminar com algo de tão belo e genuíno, como é o nosso termo-nos.

Quem tem uma mãe que é assim, simplesmente mãe, imensamente mãe, como a minha, é de certeza uma pessoa privilegiada…

 

Não é dia da mãe, bem sei, mas as mães, tal como tudo, nunca precisarão de um dia para que lhe possamos dizer, o quão bem nos fazem… obrigada mãe…

Escrito por Marisa às 09:23
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