Vem...
Que te espero... nua...
Não mais ha lugar para o pudor...
Vem...que te quero, nu...
Fecha-me os olhos com teus beijos,
faz-me sonhar com teus desejos...
Faça-me mulher com teu ardor...
Vem...
Que quero agora
acariciar teu corpo levemente,
beijar-te os lábios, sofregamente...
Sugar tua seiva com minha
boca quente...
Deixar-me penetrar por teu furor...
Vem...
que sou mulher,
te quero homem,
vem...
deixa-me viver esta fantasia
de amor...
Asta Vonzodas
É engraçada a vida!
Há uns anos atrás tremia só de pensar que alguém podia descobrir, este meu segredo, julguei sempre que morreria comigo.
Agora deixo-o aqui em forma de confissão, porque a alma mo pede, porque na realidade foi tão bom que só me resta partilhar...
O Miguel era o gay da turma, ahahahahahahaahahahahahaha …
Bom, para além disso era com ele que eu passava as minhas tardes de supostos trabalhos de grupo, como se fossem precisos mais que dois para o nosso ‘grupo ‘, ele por ser o suposto gay, era como se tivesse uma doença contagiosa e portanto ninguém chegava perto.
Já eu tinha umas três ou quatro cabras, a quem na altura chamava ingenuamente de amigas, grandes vacas!
Indiscutivelmente o Miguel era um rapaz diferente, tinha talvez uma sensibilidade mais apurada, desenhava (e desenha) maravilhosamente bem, era bom aluno, tinha os seus objectivos bem definidos e estes não passavam por privar com ninguém.
Entre nós havia um conhecimento que vinha do preparatório, mas longe de passar disso, ambos estávamos em Artes e na mesma turma, ponto final.
Numa tarde, estava eu sentada ao lado dele na sala de aula, no meio de uma secante aula de filosofia, começou a descer muito lenta e vagarosamente a mão e pousou-a na minha perna…
Toda eu estremeci… ‘o gajo enganou-se na perna, só pode! ‘
Mas não, passados alguns segundos começou a desenhar imaginariamente com o dedo na minha perna, a massajar levemente… e continuávamos os dois a olhar atentamente para a professora como se o que ela dizia fosse importante comparativamente com o que se estava a passar.
Devo dizer que fiquei imediatamente húmida, sentir o dedo dele que brincava livremente na minha perna, bem acima do joelho, pensar que estávamos em plena aula e que ainda por cima o ‘designer ‘ era só o maricas da turma, estava a sonhar!
E continuou, subiu vagarosamente a mão, o dedo, até chegar à minha virilha, não me perguntem se estava mais alguém na sala, para mim estávamos completamente a sós.
Quase instintivamente consertei-me na cadeira e permiti que ele continuasse o que ambos desejávamos, contornou a minha virilha delicadamente e recuou o dedo… voltou a insistir desta vez por dentro das cuecas, que delírio, eu julgo que trincava deliberadamente o lábio inferior, tinha as minhas mãos tão cerradas sobre elas que as unhas fizeram marcas, ele olhava de forma compenetrada para a professora… eu estava encharcada por completo…e ele brincava descaradamente com o meu clítoris…
mas subitamente tocou para a saída, foda-se !
Saímos da sala de aula, como se nada tivesse acontecido, quer dizer eu julgo que rastejei, porque as pernas pareciam-me varas verdes, na aula seguinte pude ler no seu caderno, ‘Quando terminarem as aulas, esperar-te-ei na sala de vídeo. Pensei: ‘Vou ter com ele ou não? ‘, ‘Então mas o gajo não jogava na outra equipa? ‘
Entrei na sala… ele estava lá, olhou pra mim e sorriu:
-Cheguei a pensar que não viesses…
-Eu também.
-Se soubesses à quanto tempo anseio por fazer o que aconteceu hoje… mas…
Eu disparei:
-É que todos pensam que tu…
-Sim gosto de gajos, faz diferença para ti?
-Nenhuma.
-Então senta-te aqui junto a mim, depois falamos sobre os comportamentos homossexuais…
Tenho que dizer que tardes como aquela repetiram-se algumas vezes, depois das aulas, descobríamos uma sala vazia ou a sala de vídeo, ele tinha umas mãos maravilhosas, tão maravilhosas, macias e fazia um sorriso de pecado delicioso e sugava e beijava os meus seios de forma intensa e igualmente delicada... nunca nos beijámos.
Ninguém soube o que aconteceu entre nós, tanto quanto sabemos, ele continuou o gay da turma até ao final do liceu, eu a encalhada, ahahahahahahahahahaha
Depois disto nunca nos tornámos a ver, ainda recebi alguns postais dele, que enviava quando ia de férias, mas nunca escrevia nada, desenhava e bem no verso do postal e colocava estrategicamente uma mão.
Soube recentemente que é um bem sucedido designer.
Nunca ninguém me deu tanto prazer…
Adoro ser livre e sei que este é também um desejo de todos, agora se sabemos dar o verdadeiro valor à nossa liberdade, se prezamos a nossa liberdade e se percebemos o que é a verdadeira liberdade, bom, quanto a isso terei as minhas dúvidas…
A independência é algo que procuramos incessantemente e cada vez mais novos, porque queremos ser ‘donos do nosso nariz’, porque só sendo independentes podemos ser nós próprios com toda a nossa personalidade e carisma, revelando os nossos valores e sobretudo as nossas vontades.
Mas ser livre será ser independente?
Ou a independência passa pelo físico, pelo palpável, pelo material, pelo carro, a casa, as roupas, as saídas, as viagens e a liberdade passa pelos nossos conceitos, pelas nossas vontades, pelo nosso gosto pela vida.
Pelo amor a nós próprios e à nossa vida!
Há pessoas que são dependentes de outros e no entanto são livres, livres de espírito…
Uma pessoa preconceituosa será livre?
Se calhar não, está dependente de conceitos, de ideais que não a deixam ser livre e deixar também os outros viverem a sua liberdade, as amarras de um preconceito serão por ventura mais fortes que a dependência de alguém ou a alguém.
E os tabus deixam-nos ser livres, tendo como barreira aquele assunto ou critério por vezes intransponível?
Eu julgo-me livre e reitero essa liberdade, porque tenho o meu espaço e deixo o espaço que os outros têm por direito, mas sobretudo porque estou sempre disposta a novas experiências e opiniões, sou de livre de pensamento, porque não me fecho em conceitos que reprimem, porque procuro sempre o conhecimento e só conhecendo podemos ser livres, respeitando e vivendo de uma forma autêntica, genuína.
E sou independente e trabalhei imenso para ter essa independência, as minhas dependências, ultrapasso-as livremente e só me valem de algo porque também sou livre, ou antes, de que me vale a independência de ter um carro, uma casa, o meu espaço, se depois não sei gerir essa liberdade?
Se depois fico acorrentada ao que a minha independência me deu e fico presa ao que conquistei, a liberdade é superior à independência de nada me vale ser independente se depois vivo para mim e sou tão independente, que só eu me apercebo de tal facto!
-Sabe, eu adoraria fazer amor consigo... (ar de galã)
-Sei!
-Sabe?
-Sei... repare, se eu estivesse desse lado a negociar com uma mulher como eu, sabendo o que eu gosto dos prazeres carnais e de luxúria e vendo esta mulher, que convenhamos não está nada mal... provavelmente passar-me-ia o mesmo pela mente... ahahaahahahah
-Pois... era... (engoliu em seco)
-Agora pense, parece-lhe que uma mulher como eu, que está a tentar fazer o seu trabalho e que como calcula tem outras opções para além de si para mandar uma foda com alguma qualidade, colocaria sequer em hipótese, ir para a cama consigo?
-Não me leve a mal (ar indefeso), apenas brincava consigo.
-Eu sei, esqueça isso, fazemos negócio?
...
...
-Deixe que lhe diga, a menina é muito bonita!
-Obrigada.
-Posso convidá-la a tomar café?
-Pode.
Enquanto tomamos o nosso café:
-Eu já lhe disse, mas é de facto muito bonita.
-E eu já lhe agradeci.
-Se me desse o seu número de telefone, podia ligar-lhe e íamos almoçar um dia destes?
-Bom, não me leve a mal, mas eu e o patrão... você entende, ele é um pouco ciumento... apesar de casado...
-À sim, claro, você é que sabe!
Na empresa com o patrão:
-Tem uma empregada que é uma bela mulher, mas um pouco antipática, aliás pelo que sei, conhece-a bem... não é? (ar de troça)
O... patrão:
- Sim, já tive tempo pra isso, sabe a minha filha é assim, mas só pra quem lho merece!
...
Eis o centro do corpo
o nosso centro
onde os dedos escorregam devagar
e logo tornam onde nesse
centro
os dedos esfregam - correm
e voltam sem cessar
e então são os meus
já os teus dedos
e são meus dedos
já a tua boca
que vai sorvendo os lábios
dessa boca
que manipulo - conduzo
pensando em tua boca
Ardência funda
planta em movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
que trepa e fende fundidas
já no tempo
calando o grito nos pulmões da tarde
E todo o corpo
é esse movimento
em torno
em volta
no centro desses lábios
que a febre toma
engrossa
e vai cedendo a pouco e pouco
nos dedos e na palma.
Maria Tereza Horta
O que eu adoro seduzir e ser seduzida!
É para mim o mais excitante dos jogos, a magia, a leviandade, a dita indiferença, a superioridade da nossa atitude.
Sim porque temos que nos sentir superiores e poderosos e devastadores, obriga-nos a uma auto-estima elevadíssima , a um gosto muito peculiar por nós próprios... pelos nossos atributos...
O que eu vibro quando entro num sitio, toda dona de mim, com uns monumentais saltos altos e sinto olhares a caírem-me em cima, do meu decote que adivinha pecado, da minha minissaia, os olhares invejosos das mulheres, que bem podem ser mais magras e mais bonitas que eu, mas não conseguem ter o meu carisma, sim carisma, afinal é disto que se trata!
Sedução é atitude, charme, savoir-faire, maturidade, nasce connosco!
Vejo imensas mulheres lindíssimas, com belos atributos e que depois não sabem fazer valer o que possuem, são fúteis , fáceis, precipitadas, nervosas, não sabem valorizar-se, não sabem cruzar as pernas, olhar de forma fria, distante, lamber suave e discretamente os lábios quando olham para nós, mordiscar o lábio inferior, só porque sim, fazer um sorriso inocente, quando vemos olhares tentadores... Hummmm .
E adoro ser seduzida, de forma subtil, com elegância, com charme, olhares cúmplices, sorrisos provocadores, perfumes carregados de personalidade. Encantam-me personalidades fortes, pessoas decididas, desprendidas de tabus e preconceitos, interessantes, inteligentes, persuasivas, convictas e convictas de que me vão conquistar, ahahahahahahahahahahah .
Chamem-lhe presunção, chamem-me cabra, quero lá saber, mas é esta atitude de 'quem vier morre', de 'se aquele gajo pensa que me vai foder, mais depressa o deito eu por terra', o mistério ou enigma de nunca conseguirem perceber o que passa pela nossa mente, a indecisão entre, 'ela vai dar-me um beijo' ou 'ela vai dar-me uma bofetada', isto é delicioso.
Se me seduzem?
Às vezes, mas garanto... vale sempre a pena, ahahahahahahaha