Segunda-feira, 7 de Agosto de 2006

Porque sim!

Hoje quero ser fútil!

Ora todos temos um bocadinho disso, alguns de nós vivem só assim, muitos de nós não sabem ser de outra forma…

Eu hoje não quero ter grandes preocupações, nem chatices, nem pensar, nem falar consciente de que o faço correctamente, maduramente.

Vou ser egoísta, vou mimar-me e muito, vou às compras daquilo que gosto, nem que seja para ficar na gaveta, nem que seja tudo piroso, vou arranjar o cabelo nem que depois vá pra casa e fique por lá sozinha… mas a curtir-me.

E faço a depilação pra me sentir limpa e fresca, arranjo as unhas que me agarram ao que mais amo e adoro ver lindas, prontas a atacar…

Peço à rapariga que me arranjou as unhas, que me tire o dinheiro da carteira, pra não amachucar o verniz… ahahahahahahaha , e estou pronta!

Vou ficar numa esplanada a ler uma revista cor-de-rosa, daquelas que têm tanto de deprimente como sonhador, mas que no fim não nos ensinaram nada.

Peço, talvez um café e um bolo de pastelaria, enorme, para depois andar o resto da semana deprimida com a hipótese de ter engordado 300 gramas…

Olho em toda a minha volta, esquecendo-me de mim e vendo outros rostos, outras vidas, rotinas, crianças… sonho.

Decido ir dar uma volta à praia, afinal estou tão gira!

Levo a minha revista, os meus óculos de sol tamanho XXL, que mal deixam adivinhar o que está por trás deles, as minhas sandálias com salto de 10 cm, que mal me deixam caminhar, mas são tão fashion , a mala enorme e de pele, que carrego no antebraço, uma verdadeira lady !

Sento-me no paredão e decido apreciar verdadeiros monumentos humanos, autênticas odes à vista, a jogar volei a correr, a saltar e um olha para mim… queria ter-lhe acenado… talvez chamado para junto de mim, mas hoje sou absolutamente desinteressante, não quero conversas complicadas, articuladas, profundas, só viver…

Começa a anoitecer, volto para o carro, vou para casa.

Deixo tudo num sofá, atiro-me para cima de outro. Revejo o dia, revejo o que fiz, revejo o que não pensei, e a gargalhada brotou do fundo da minha alma…

 

                

Sorri que nem louca, afinal é bom sentir-me livre, deixar-me guiar pelas ondas da vida, quebrar regras, ser frívola, por um dia ser só que o sabe realmente bem…

 

Escrito por Marisa às 09:01
Piacere | Vero? | Grazie
18 comentários:
De inconfidente a 9 de Agosto de 2006 às 15:15
Tu não me dês ideias que eu bazo já do trabalho...
De Marisa a 10 de Agosto de 2006 às 09:48
Ahahahahaahahah, isso é só pra quem pode Inconfidente.
Por isso é que depois nos dá tanto praze rum dia dstes, é que nem nós sabiamos que ia ser tão bom...
Obrigada por vires cá, é un piacere, baci.
De Essa Miuda a 9 de Agosto de 2006 às 10:03
E o que é afinal essa futilidade que todos tentamos rejeitar ? Vidas ocas? Acções insignificantes? Existências vazias? ... Muitas vezes, pensamos demasiado nas coisas e esquecemo-nos do mais importante: Viver! Um beijo Marisinha.
De Marisa a 10 de Agosto de 2006 às 09:47
Pois esta futilidade é mesmo não pensar em nada de verdadeiramente importante, ou se calhar tão importante que até nos passa ao lado...
É o egoismo, de queremos ser felizes connosco próprios.
Obrigada pela visita linda, baci.
De MMCorreia a 8 de Agosto de 2006 às 14:38
Olá Marisa,


Porque ontem fui fútil, hoje sou fútil e amanhã serei
fútil,
Porque a inerência do fútil foi criada ontem,
Pelo poeta fútil que anteontem não o era,
que era a fera crítica, que era a física da verdade
que era a liberdade nas inverdades dos outros
que era educado, porque era ferido, porque era mentido.

Amanhã serei fútil porque se acabou a verdade,
Porque a deixei morrer para eu viver
Para renascer numa nova liberdade
E aumentar o âmago de teu renovado ser.

Sou fútil porque não sofro, porque faço sofrer
Sem que saibas o que é sequer sofrer,
Sem que saibas o que é viver.

Sou fútil porque digo sim. Fútil quando digo não.
Fútil quando digo talvez, quando magoado demais
Com o resquício do orgulho que não vês.

Sou fútil quando durmo. Fútil quando finjo que durmo
Preocupado com os demais fúteis.

E sabes que mais?
Sou fútil.



MMCorreia
De Marisa a 8 de Agosto de 2006 às 15:47
MMCorreia, olá!
Obrigada pela visita, pelo poema.
Se calhar todos temos um bocadinho de futilidade e ainda bem, a mim irrita-me é viver constantemente nesse estado, mas acredito que quem gosta de o ser, é feliz...
Um beijo.
De Capelli marziani pubici a 8 de Agosto de 2006 às 10:10
Chi ha detto che la vita avrebbe dovuto essere vissuta secondo le regole?
Aveva ragione probabilmente... Ma la verità è che il piacere della vita è nel fatto del lei viverà come lei vorrà!
...Ed è cosí buono quando viviamo per noi e dobbiamo soddisfare in ciò... Vivere la vita è stato come finita oggi... È uno stile di vita!
Ho amato molto di questo testo, ancora dalla semplicità e dalla capacità descrittiva!...Come già lei me è abituato...
Congratulazioni Marisa. ..
L'abbraccio dell'ordine... ;)
De Marisa a 8 de Agosto de 2006 às 10:20
Ciao Capelli marziani pubici, come stai?
Agora em português.
As coisas mais simples são sempre as que mais prazer me dão, as mais banais até, eu diria.
Este estilo de vida que fala é com eu sei e gosto de ser, sem grandes empolgamentos, ainda que pra mim sejam un vero piacere.
Que bom que gostou do meu texto, eu tento descrever sensações e é só, talvez, daí a simplicidade.
Habituei-me tambem eu assim!
Obrigada pela visita, pelo seu hiper sensual charme, pelo seu fantástico italiano, que me deixa sempre... como sabe.
Adoro quando me sussurra assim ao ouvido nunca lhe resisto...
Il tuo bacio.
De Ca a 7 de Agosto de 2006 às 22:14
Faz falta a muito boa gente!!

Isto é, faz falta a muito boa gente, fazer de quando em vez algo prazeroso e de sua espontânea vontade!!

Quantos de nós não tem coragem de assumir e colocar em prática algumas vontades que nos consomem por dentro??!

Há que viver por nós e para nós, a nossa própria vida e não a que alguém ou a sociedade quer que vivamos!!

Beijos com ternura.
De Marisa a 8 de Agosto de 2006 às 09:17
Há que assumir o que somos e gostamos e queremos, a vida só assim faz sentido.
Vivemos, trabalhamos, pra nós, as nossas loucuras são nossas, os nossos medos, as nossas conquistas.
Aproveitar o melhor, só nos dá força pra suportar o pior!
Um beijo amiga.
De Zuco a 7 de Agosto de 2006 às 19:26
Porque sim!
De Marisa a 8 de Agosto de 2006 às 09:18
A ti!
Saem mais duas imperiais...
De Anónimo a 7 de Agosto de 2006 às 12:37
Marisa, no dia em que tu conseguires ser fútil... perco a fé no mundo...

;)

Tropelias
De Marisa a 7 de Agosto de 2006 às 14:58
Ahahahahahahahaha, Tropelias!
Vai pensando nisso...
Obrigada!
Um beijo...
De ZePedro a 7 de Agosto de 2006 às 12:16
Se futil porque?
Isso não é ser futil e sermos apenas o que desejamos quando o desejamos futil não é mais do que um rótulo que é posto pela sociedade.
Temos que ter a capacidade de sermos nós mesmos quando o desejamos ser seja qual for o rótulo que nos queiram por.
Temos que viver como desejamos se ninguem prejudicarmos porque teremos que falar ou comportar num certo dia se tal não o desejamos se o tempo é nosso temos que o desfrutar nada mais, como nos der o máximo prazer.
Desfruta a vida sempre
Beijos
De Marisa a 7 de Agosto de 2006 às 15:01
Concordo contigo ZePedro, ainda assim este meu estado egocêntrico, é profundamente futil no sentido em que não tenho receio de chamar as coisas pelos nomes e sim fui futil, e soube-me bem. Futilidade de não querer saber de mais nada, de ser totalmente superficial, algo que por vezes abomino...
Assumo o que em grada e desagrada tendo o nome que tiver, é só!
Grata, baci.
De FlordeLis a 7 de Agosto de 2006 às 10:55
E porque não... ?! vive-se muito em função dos outros, em função do que é certo ou errado, e esquecemo-nos muitas vezes de fazer aquilo que realmente gostamos de fazer e que nos dá prazer.. não há mal nenhum nisso, antes pelo contrário... ! até breve...
De Marisa a 7 de Agosto de 2006 às 15:03
Sim é verdade e eu como sabes estou-me totalmente nas tintas para o que os outros julgam, vou vivendo ao meu ritmo, saboreando...
Obrigada, até breve, um beijo.

Vero?

veropiacere@sapo.pt

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